Porto: laboratório irresistível de experiências

Embora as viagens internacionais estejam mais distantes dos brasileiros neste momento (devido ao Covid-19), não custa nada sonhar, não é mesmo? Uma das minhas últimas viagens foi para Porto, em  Portugal, destino muito procurado pelos brasileiros justamente pelo calor com que o povo de lá nos recebe, além de falarmos a mesma língua, claro. E por fim há os preços atraentes das cidades portuguesas, que chamam bastante atenção na hora de fazer as contas.

Passar de 5 dias a uma semana em Porto é um ótimo período para conhecer as principais atrações da cidade, como vinícolas, patrimônios históricos, restaurantes e cafés. Mas confesso que há quem se divirta também em um único fim de semana. Uma boa ideia é começar o dia com um gostoso café da manhã e depois seguir para a Livraria Lello, erguida há mais de cem anos. Com estilo gótico português, se trata de uma das mais belas livrarias do mundo e serviu de inspiração para a escritora J. K. Rowling, frequentadora (apaixonada) do local durante o tempo em que viveu em Porto. A escadaria da Lello, um exemplo da arquitetura art nouveau, levou Rowling a criar a escada que se move na Escola de Magia de Hogwarts, na saga Harry Potter.

Livraria Lello

E quando chegar a hora do almoço, nem ouse deixar de experimentar uma francesinha. O sanduíche, original da cidade, parece uma adaptação do croque-monsieur francês. Muito calórico, diga-se de passagem, ele é feito com duas fatias de pão intercaladas com linguiça, bife, salsicha e fiambre, gratinadas com queijo e com um ovo estalado no topo. E, no fim do dia, um bom passeio é na praça da Liberdade, no coração do Porto. Ela fica na parte Baixa da cidade, na freguesia de Santo Ildefonso. Outra caminhada gostosa pode acontecer na região da Ponte Luiz I, projetada pelo engenheiro belga Théophile Seyrig e construída com estrutura metálica entre os anos de 1881 e 1888. Ela liga as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia (margem norte e sul, respetivamente) separadas pelo rio Douro.

Se perder em Porto, caminhando pelas ruazinhas, também é uma delícia. No meio do trajeto, você corre o risco de encontrar obras de arte colorindo as paredes dos imóveis, como aconteceu comigo. Aliás, se você também adora arte e arquitetura, como eu, não deixe de visitar o Teatro Municipal Rivoli, um dos dois pólos do chamado Teatro Municipal do Porto – o outro polo é o Teatro do Campo Alegre. Fica na Praça D. João I e apresenta uma programação bem especial. O projeto é do arquiteto e engenheiro Júlio José de Brito.

Eu poderia ficar escrevendo linhas e mais linhas da parte arquitetônica, que simplesmente me deixou encantada. Mas preciso falar um pouco dos vinhedos, que aliás figuram na lista dos melhores do mundo. O meu preferido e o mais famoso da cidade se chama Ramos Pinto, fundado em 1880 por Adriano Ramos Pinto. Na visita à cave é possível conhecer seu museu particular, que traz uma grande coleção de objetos reunidos desde o início da empresa, como máquinas de escrever e antigas calculadoras.

Vamos fechar falando mais um pouco mais da gastronomia, pois não poderia deixar de citar dois lugares maravilhosos, como o DOP Restaurante, do chef Rui Paula. Ele foi inaugurado em 2010 e aposta na cozinha clássica portuguesa e, principalmente, portuense. Entre os pratos em destaque, há bacalhau, polvo, cabrito e vitela. Tem também uma grande diversidade de peixes e mariscos da costa portuguesa. Para fechar, outra opção que vale a visita é o Café Majestic, premiado com o Top 10 dos Mais Belos Cafés do Mundo pela ucityguides.com. Desde 1921, o local conta a história do Porto e mantém viva as memórias da época, dos debates políticos e de ideias inovadoras, motivo pelo qual muitos escritores e artistas denominam como “O Porto da Belle Époque”.

É isso aí! Porto tem que estar entre as suas próximas viagens.

Um beijo e espero que tenham gostado, Karina

@karinakornarquitetura

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